26 de mar. de 2011

::da maçã eu quero a carne::

::da maçã eu quero a carne::

21 de mar. de 2011

Fóruns Permanentes - Desafios do Magistério

INFORMAÇÕES GERAIS

Local: Centro de Convenções da UNICAMP
Data: 20 de Abril de 2011
Horário: Das 9h às 17h

Informações Adicionais:
Secretaria de Eventos – FE/Unicamp eventofe@unicamp.br

SOBRE O EVENTO

“Estamos virando aparelhos; os homens andam como robôs, falam como microfones, ouvem como celulares. Não sabemos se estamos com tesão ou se criam o tesão em nós. O Brasil está tonto, perdido entre tecnologias novas cercadas de miséria e estupidez por todos os lados.”Arnaldo Jabor, Blogs, Twitter, Orkut e outros buracos, Correio Popular, 03/11/2009, p. C1.

Da década de 1990 para cá, as práticas de leitura se diversificaram sobremaneira através das conquistas geradas pela tecno-ciência. A convergência e a integração de várias linguagens num único recurso (meio, instrumento) de comunicação não apenas acelera a circulação de informações nas sociedades contemporâneas, mas impõem a aprendizagem e o domínio de novas competências de leitura para o manejo e usufruto desses meios. E a convergência de vários meios – ou mídias – de comunicação, envolvendo um mosaico de linguagens interconectadas, interativas e multifuncionais, também representa uma complexificação dos processos de leitura nos dias atuais.

A escola e os professores, responsáveis pelo ensino das linguagens às novas gerações, têm um compromisso com o desenvolvimento de uma sensibilidade para com os avanços resultantes da convergência de mídias. Isto porque, quer queira quer não, as mídias (impressas, digitais, audiovisuais, multimidiais, etc.) são as grandes propulsoras da comunicação, do conhecimento, das descobertas científicas, das artes e dos debates sociais no mundo atual. Igualmente, o magistério, para concretizar o ensino e dinamizar o currículo, necessita de ferramentas específicas para o trabalho com os conteúdos do saber, de diferentes canais de comunicação e de metodologias específicas para dinamizar os relacionamentos humanos e as aprendizagens no espaço escolar.

Nestes termos, este fórum pretende refletir a respeito do desafio resultante da convergência de mídias na esfera das práticas de leitura, em especial as demandas e expectativas para o ensino-aprendizagem no âmbito das escolas. Isto, considerando o contexto social brasileiro, onde a desigualdade social se faz escancaradamente presente, onde a distribuição de renda é uma das menores do mundo e onde a dívida dos governos para com o magistério e infra-estrutura das escolas é gigantesca, sem que se antevejam claramente as ações de enfrentamento dos problemas e as estratégias de superação.

OBJETIVOS

Este evento propõe-se refletir sobre o fenômeno do hibridismo das linguagens e da convergência de mídias, aprofundando os seus efeitos no terreno educacional. Subsidiariamente, o fórum ainda pretende:

  • Discutir conceitos e princípios relacionados com o fenômeno da convergência de mídias;
  • Apresentar experiências vinculadas ao uso de mídias nas escolas;
  • Expor as características de uma mídia – a lousa interativa -, que vem sendo utilizada num grande número de escolas brasileiras.
  • Proporcionar, através de livraria no local, o conhecimento de livros que se relacionam com tema do fórum, aproximando os participantes dos autores.

PROGRAMA

MANHÃ

09h00 – Abertura Oficial


Carmen Zink Bolonhini – Representando a Coordenadoria Geral da Unicamp
Sérgio Antonio da Silva Leite – Diretor da Faculdade de Educação da Unicamp
Cecília de Godoy Camargo Pavani – Departamento de Educação da RAC
Antonio Carlos Rodrigues de Amorim – Presidente da ALB
Ezequiel Theodoro da Silva – ALLE, FE/Unicamp, Portal Leitura Crítica e Coordenador do Evento

09h30 – Conferência de Abertura


“Mídias audiovisuais e literatura: amor à narrativa”


Conferencista: Rosa Maria Bueno Fischer
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Moderadora: Nair F. Gurgel do Amaral
(Universidade Federal de Rondônia, Pós-Doutoranda, FE-Unicamp)

10h30 – 11h00 – Intervalo para Café
Roda de Autógrafos com os autores de livros relacionados à temática do fórum

11h00 –– Palestra


“Convergência de mídias: as esferas da produção e da recepção”


Convidado: Fabiano Ormaneze
(Coordenador de Jornalismo do Projeto Correio Escola Multimídia – Grupo RAC-Campinas, Professor da PUC-Campinas)
Moderadora: Íris de Oliveira
(Mestranda Faculdade de Educação – Unicamp)

12h00 – Intervalo para Almoço

TARDE

14h00 – Exposição
“Inovando com a Lousa Interativa”
Palestrante: Andréa Pimentel Caran
(Diretora Executiva da Divertire Editora)
Moderadora: Elizena Cortez
(Colégio Notre Dame/Campinas e Equipe Pedagógica do Correio Escola/RAC)

15h00 – Mesa Redonda


Convergência de Mídias: constatações e propostas “Leitura e Convergência de Mídias”


Convidado – Rubens Queiroz de Almeida
(Centro de Computação da Unicamp)

Objetos digitais na escola: convergência de mídias, divergência de leituras


Convidado: Wladimir Stempniak Mesko
(Coordenador Pedagógico da Rede Municipal de Campinas)
Moderadora – Gabriela Fiorin Rigotti
(Doutoranda FE-Unicamp)

17h00min – Encerramento

ORGANIZADORES:

FE - Faculdade de Educação


A organização deste Fórum está sob a responsabilidade do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização, Leitura e Escrita (ALLE), com o apoio do Portal Leitura Crítica, sob o comando do Professor Ezequiel Theodoro da Silva. O Grupo ALLE foi criado no final de 1998. É um espaço para a aglutinação de pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação, interessados na pesquisa e reflexão sobre questões relacionadas à leitura e escrita na sociedade brasileira. Desenvolve trabalhos em duas grandes linhas de pesquisa: Sociedade, Cultura e Educação e Ensino, Avaliação e Formação de Professores.


Site do ALLE - http://www.fe.unicamp.br/alle/


Portal LEITURA CRÍTICA - http://www.leituracritica.com.br/

ALB – ASSOCIAÇÃO DE LEITURA DO BRASIL


A ALB – A Associação de Leitura do Brasil é uma sociedade científica sem fins lucrativos; legalmente instituída desde novembro de 1981, em Campinas, com o objetivo básico de lutar pela democratização da leitura no contexto brasileiro. A ALB congrega todas as pessoas que estão interessadas no estudo e discussão de questões relativas à leitura - pesquisadores, professores de todos os níveis, estudantes universitários, bibliotecários, jornalistas, editores, livreiros, historiadores etc. Sua intervenção se faz mediante: realização de Congressos, dentre os quais se destaca o COLE (Congresso de Leitura do Brasil), realizado bianualmente na UNICAMP, e o Seminário Nacional “O Professor e a Leitura do Jornal”; estímulo à organização e implantação de grupos regionais de estudos e pesquisas, apoiando seus trabalhos e facilitando a troca de experiências; dinamização da Roda de Pesquisadores da ALB; publicação de livros, revistas, cadernos e boletins, nos quais não apenas se expressam os pontos de vista da ALB, mas os dos estudiosos da questão.


Site da ALB: http://www.alb.com.br

RAC – REDE ANHANGUERA DE COMUNICAÇÃO


A Rede Anhanguera de Comunicação é constituída por um complexo multimídia que envolve os jornais Correio Popular e Diário do Povo, Notícias Já, a Revista Metrópole, Gazeta do Cambuí, Gazeta de Piracicaba, Gazeta de Ribeirão, o portal Cosmo /on line/ e a Agência Anhangüera de Notícias, além da empresa Grafcorp. Atende a um mercado de mais de cinco milhões de consumidores que tem Campinas como cidade principal. Desde 1992, através de seu Departamento de Educação, desenvolve o programa Correio Escola, pioneiro no Estado de São Paulo, promovendo o prazer da leitura em salas de aula mediante o uso de jornais.


Sites da RAC: http://www.rac.com.br e http://www.cosmo.com.br/

INSCRIÇÕES ABERTAS

http://foruns.bc.unicamp.br/magis/magis32.php#1

"Fórum Permanente de Desafios do Magistério"
(Encerramento - 19/04 às 11h)

17 de mar. de 2011

Somos profissionais da palavra. E também da escuta – ou deveríamos ser.

Vejam o que foi extraio de um jornal de um domingo qualquer:

(1) “Campeão, qual entrada tem mais saída?”

Rapaz para o garçom, indeciso diante dos petiscos oferecidos no restaurante.

(2) “-Dona Judith está? -Não. –Saíu com o celular?-Não, saiu com o seu Luiz.”

Empregada ao telefone para alguém que ligara para sua patroa.

(3) “-Não sei se faço boxe ou natação. –Você tem que fazer o que gosta. –Então só vou comer e dormir.”

Entre um casal de namorados à porta de uma academia.

(4) “-Se eu fosse um picolé, a esta hora estaria só no palitinho. –Pois é... e eu tô até com medo de fritar na minha própria gordura.”

Duas mulheres reclamando do calor no centro da cidade.

(5)”-Qual o nome dessa Nossa Senhora? –Essa é a Nossa Senhora geral.”

Entre cliente e vendedora em uma loja de imagens de santos

Reflito sobre as incongruências comunicativas da linguagem humana e de suas denúncias relativamentes claras quanto o quão é mais importante falar, comunicar e se notar percebido do que se envolver de modo interpessoal, bem como de somos culturalmente egocêntricos.

Pelo menos tenho trabalhado isso em mim, ainda bem que sou um aprendiz eterno!

Wellington Bernardino Parreiras
17/03/2011
16:50
"É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz,
de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática."

Paulo Freire

16 de mar. de 2011

Mestra...


Parabéns, com meus mais imaculados respeitos!

Hoje entre reflexões mil, uma delas luziu sobre minhas inquietações, como um conto de fadas apreendi o bem-estar de suas aulas, os encantamentos de suas presenças dialógica, os deslumbramentos duma paixão multifacetas e prenhe de sentidos e significados sublimes, o caráter libertador, bem como os envolvimentos rítmicos da pureza de vosso Espírito, a pulsar maestria e alegria.

Mestra, tu és a singeleza vivaz da’lma que no fluir do entre-voar, concede pouso ao beija-flor para sutilmente o verbo amor irradiar e polens semear.

Confesso que já assiti todos os conteúdos de sua disciplina e confesso também que ao contemplar sua atuação, ressignifico todo meu amor pela Educação e pelos atores educacionais há muito despropriados por ausência de profissionalismo por parte de muitos professores e gestores da FaE e por muito e muito colegas de sala.

Minha querida e adorável Mestra, acredito no poder real da sinergia e digo que estou no período certo e com as pessoas certas, a sua sala é fantástica, torço que sejam assim durante todos os processos de aprendizado humano e também que você tenha muitos e muitos espaços para envolver, convidar e suscitar colaboradores pelas estradas da Educação Brasileira.

A homenagem é para uma brilhante professora da FaE/CBH/UEMG que leciona a disciplina da Lingua Portuguesa, mas que não será revelada no momento por eu ainda não ter sua permissão.


Abraços fraternos e bons espelhamentos pedagógicos!!!!

Wellington Bernardino Parreiras

16/03/2011

22:27

SESC/MG - CURSO ARTE-EDUCAÇÃO

Retomamos as atividades do Projeto Curso de Arte-Educação e a primeira turma está com as inscrições gratuitas abertas.

· Serão três aulas para conclusão de um Livro de Artista que cada participante irá produzir;

· A primeira turma terá suas aulas nos dias 22/03, 29/03 e 05/04 (sempre as terças-feiras) de 19 as 22hs;

· Terá carga horária de 09hs/aula e que ao final será entregue certificado de participação para quem tiver 100% freqüência

  • CURSO ARTE-EDUCAÇÃO – Com o tema: Oficina da Criatividade, o curso permite aos participantes, de forma gratuita, a possibilidade de aprender e aplicar os conhecimentos sobre a importância das Artes Plasticas. E tambem contribuir para o entendimento da prática artística como construtora do conhecimento na educação e lazer de crianças e adolescentes, com o facilitador: José Paulo das Neves – Professor da Guignard - UEMG, Especialista em História da Arte pela PUC-MG e Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes - UFMG
DATAS: 22 e 29/03 e 05/04/2011
HORÁRIO: 19 às 22hs
LOCAL: Sala 503 do LACES/JK
INSCRIÇÕES GRATUITAS: através do email lacesjk@sescmg.com.br ou pelo telefone: 3272-0150

Emissão de certificado com 100% de freqüência.
Um gesto de solidariedade: Doação de 1 kg de alimento não-perecível para o programa MESA BRASIL DO SESC
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO CURSO ARTE-EDUCAÇÃO

OFICINA DE CRIATIVIDADE – LIVRO DE ARTISTA

OBJETIVOS:

- APRESENTAR PRÁTICA ARTISTICA AMPLAMENTE DESENVOLVIDA PELOS ARTISTAS PLÁSTICOS CONTEMPORÂNEOS.

- DESENVOLVER ATIVIDADE COM A FINALIDADE DE ESTIMULAR A CRIATIVIDADE.

- CONTRIBUIR PARA O ENTENDIMENTO DA PRÁTICA ARTÍSTICA COMO CONSTRURORA DE CONHECIMENTO.

- ACRESCENTAR AO REPERTÓRIO DOS PROFESSORES RECURSO PARA SUAS ATIVIDADES NO ENSINO DA ARTE.

CONTEÚDO:

ENCONTROS PRÁTICO-TEÓRICOS. APRESENTAÇÃO DOS PRINCÍPIOS TEÓRICOS DA CRIATIVIDADE HUMANA E DO CONCEITO DE LIVRO DE ARTISTA. APRESENTAÇÃO DE EXEMPLARES DE LIVROS DE ARTISTAS. SENSIBILIZAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE LIVROS INDIVIDUAIS E UM TRABALHO COLETIVO. INDICAÇÃO DAS POSSIBILIDADES DE APROPRIAÇÃO DO CONCEITO E SUA UTILIZAÇÃO EM OUTRAS ATIVIDADES COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CONHECIMENTO.

METODOLOGIA:

USO DE IMAGENS E OBJETOS QUE ILUSTREM AS QUESTÕES CONEITUAIS QUE ENVOLVEM A CRIATIVIDADE E A PROPOSTA DA OFICINA. ESTÍMULOS AO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PRÁTICOS INDIVIDUAIS E COLETIVO ATRAVÉS DE PRÁTICAS PRÓPRIAS DE ATELIÊ. REFLEXÃO SOBRE O FAZER. CRÍTICA AOS TRABALHOS. EXPOSIÇÃO FINAL DOS TRABALHOS APONTADOS COMO MELHOR RESOLVIDOS.
Att.

Bárbara Graciano

Tec. Educação - Projetos/Eventos Culturais e Educacionais - SESC/MG - UNIDADE LACES/JK -Rua Caetes, n.º 603 - Centro BH/MG -Fones: (31) 3272-0150 ou 3279-1503

13 de mar. de 2011

Tecnologia em excesso acaba com nossa capacidade de dormir bem

Pesquisa aponta que uso de aparelhos eletrônicos uma hora antes de ir para a cama contribui para baixa qualidade do sono

por Redação Galileu

Uma pesquisa da Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos detectou que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos antes de dormir está reduzindo a qualidade e o tempo de sono dos americanos.

De acordo com a pesquisa, 95% dos norte-americanos usam algum tipo de aparelho eletrônico uma hora antes de ir para a cama, o que pode diminuir a qualidade do sono ao longo da noite. A pesquisa descobriu também que 43% dos americanos entre 13 e 64 anos dizem que raramente ou nunca conseguem ter uma boa noite de sono. Mais da metade (60%) dessas pessoas dizem que enfrentam um problema de sono todas as noites ou quase todas as noites (acordar no meio da noite, acordar cedo demais ou acordar com sentimento de cansaço, por exemplo).

 Shutterstock

"A exposição à luz artificial entre o anoitecer e a hora em que vamos para a cama suprime a liberação do hormônio melatonina, que melhora o sono, aumenta o estado de alerta e muda o ritmo do nosso relógio circadiano, tornando mais difícil o adormecer", afirma o médico Charles Czeisler, PhD da Harvard Medical School.

De acordo com a pesquisa, aparelhos com telas que emitem luz - telefones celulares, televisões, tablets e computadores - invadiram o quarto e contribuem para o alto número de pessoas que relatam falta de sono ou sono conturbado.

Antigamente, o grande vilão do sono no quarto era a televisão. Agora, além da televisão, existem muitos outros aparelhos eletrônicos que diminuem a liberação de hormônios do sono e aumentam o estado de alerta das pessoas.

"Minha pesquisa compara o modo como as tecnologias que são 'recebidas passivamente', como TVs e música, são diferentes daquelas interativas, como telefone celular, videogame e internet", explica Michael Gradisar, da Universidade Flinders, na Austrália. Segundo Gradisar, os dispositivos interativos deixam as pessoas mais alertas e interrompem o processo de início do sono.

Veja algumas dicas da Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos para ter uma noite de sono melhor:

- Tenha uma rotina diária. Vá para a cama e acorde sempre no mesmo horário.
- Diminua a iluminação da casa quando estiver chegando perto da hora de dormir.
- Faça exercícios regularmente durante a manhã e evite atividades que exigem muito esforço durante a noite.
- Estabeleça uma rotina relaxante durante a noite. Tenha tempo para desacelear o corpo antes de ir para a cama.
- Evite bebidas com cafeína, chocolate e cigarros durante a noite.
- Evite o uso de aparelhos eletrônicos durante a noite.
- Evite o uso de aparelhos eletrônicos (em qualquer horário) no quarto em que você dorme.


Fonte:http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI216936-17770,00.html

Da importância da mulher esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque

POR EM 11/03/2011 ÀS 04:21 PM

publicado em

Mulher no volante, perigo constante. O provérbio é antiquado e irrita, com toda razão, o mulheril. Há poucos dias, presenciei um abalroamento macarrônico no trânsito infernal da cidade. Alertada pela luz amarela do semáforo, uma jovem motorista meteu o pé no freio (acertadamente, embora dirigisse calçando um sapato de salto 15, não recomendável) e seu carro foi atingido na traseira por outro, cujo condutor teve o impulso contrário (erroneamente), ou seja, acelerou a máquina mortífera para escapar do sinal vermelho.

Ora, vejamos: todo mundo sabe que a luz amarela significa “atenção, reduza a velocidade, pois o sinal vermelho vem aí”. Quase todo mundo. A cada dia, cresce o número de cretinos ao volante. Só pra exemplificar, a legislação do Conselho Nacional de Trânsito manda que os novatos sejam submetidos a vinte aulas de volante (treinamento prático), além do curso teórico, antes de retirarem as CNH.

Na prática, muitas autoescolas ignoram a lei ao fazerem “pacotes promocionais” (que é para baratear pro aluno e driblar a concorrência), ministrando poucas aulas para “pessoas com alguma experiência prévia ao volante” (será que os candidatos conseguiram esta experiência prévia ao volante brincando em vídeo games e autoramas ou dirigindo sem habilitação?!). Juntando a inexperiência dos motoristas emancipados (ambos os sexos) com a epidemia de motos e automóveis que empapuçam as ruas (fruto de incentivos governamentais duvidosos, aliada à falta de investimento no transporte coletivo), surge o monstro chamado trânsito caótico, que tem infernizado o dia-a-dia dos cidadãos urbanofílicos.

Voltando ao acidente heterossexual a que me referia no início, o sujeito ficou mesmo muito irritado com a mocinha que não parava de chorar, mesmo que ninguém houvesse se ferido. “Apenas danos materiais” e algum desarranjo emocional extremamente fugaz. Cego pela raiva, ciente do inusitado prejuízo financeiro (afinal, ele teria que pagar o conserto dos dois veículos), o rapaz perguntou à algoz (é assim mesmo que as pessoas se sentem no trânsito: algozes umas das outras) por que é que ela “não largava mão de dirigir um carro pra esquentar a barriga num fogão e esfriá-la no tanque”.

A provocação (apelação), como já era de se esperar, piorou as coisas, e a imatura motorista desidratou-se ainda mais em lágrimas. “Por que não usa a habilitação pra dirigir um fogão de quatro bocas, minha filha?”, ele insistia nos “insultos mobiliários”, totalmente desarrazoado, deixando indignada a multidão feminina que assistia ao espetáculo burlesco. Os homens, criaturas imprestáveis como as baratas, quase se urinavam de tanto rir. Eu mesmo, confesso, após me certificar que ninguém se ferira, ri pra dentro, ruborizando as orelhas, prendendo o fôlego, disfarçando a gargalhada após tamanhos impropérios.

Hoje, dia em que escrevo este texto, é quarta-feira de cinzas. Se bem me lembro, nos últimos anos, não tem um só carnaval que passe em branco, sem que eu saiba de alguma pessoa próxima que tenha morrido ou esteja hospitalizada, por causa de acidentes de trânsito, principalmente em rodovias. Já se sabe que neste ano, a incidência de feridos e vítimas fatais aumentou em relação ao ano passado. As estatísticas sempre saem às quartas-feiras de cinza, depois da apuração das Escolas de Samba do Grupo A do Rio de Janeiro. A vida é assim, estranha: uns comemoram, outros gemem de dor, e muitos enterram mortos da guerra no trânsito.

Mais uma vez, o sofrimento besta é resultante da miscelânea de fatores, uma receita truanesca cujos ingredientes são bem conhecidos: motorista inadequado (bêbado, drogado, inexperiente ou burro), estrada inadequada (sem sinalização, sem acostamento, com asfalto fajuto superfaturado, com enxame de buracos), fiscalização inadequada (número insuficiente de policiais rodoviários, falta de radares, ausência de balanças para caminhões, propinas nojentas), frota inadequada (latas velhas que não merecem ser chamadas de automóveis, caminhões com peso da carga muito acima do permitido, ônibus clandestinos, pneus clandestinos, freios clandestinos, gambiarras clandestinas), governante inadequado (gestores incompetentes, descompromissados, corruptos e negligentes; não necessariamente nesta ordem).

Depois de queimarem sutiãs em praça pública, controlarem a própria fertilidade com pílulas anticoncepcionais, conquistarem o orgasmo (artigo de exclusividade machista até bem pouco tempo), e assumirem com apetite de pedreiro sua fatia no mercado de trabalho, eu aceitaria, sim, uma carona num carro pilotado por uma mulher, com uma única ressalva: depois daqueles dias de TPM.

Brincadeirinha, meninas...


8 de mar. de 2011

Professores norte-americanos em situação difícil também

Os ataques que Erin Parker ouviu sobre seu trabalho a deixaram atordoada. “Ah, seus professores patéticos”, diziam os comentários na internet e os cartazes dos manifestantes contrários. “Vocês são babás idolatradas que saem do trabalho às três da tarde. Vocês merecem salário mínimo.”


“Você sente um soco no estômago”, disse Parker, professora de ciências de segundo grau em Madison, Wisconsin, onde a ocupação que os funcionários públicos fizeram do Capitólio estadual atrasou mas não deteve o plano do governador de tentar tirar deles o direito de negociação.
Parker, professora de segundo colegial que ganha US$ 36 mil por ano, teme que com a lei proposta as salas de aula cresçam e o aumento de impostos sobre seus benefícios a derrubem da classe média.


“Eu amo ensinar, mas tenho uma dívida estudantil de US$ 26 mil”, disse ela. “Tenho 30 anos, e não consigo guardar dinheiro suficiente para dar entrada” numa casa. Ela também não tem carro. Parker está fazendo planos para se mudar para o Colorado, onde ela poderá continuar ensinando se voltar a morar com os pais.


Em todo o país, muitos professores veem as demandas para cortar seus salários, benefícios e poder de voz sobre a administração das escolas por meio da negociação coletiva como ataques não só contra seu meio de vida, mas também contra seu valor para a sociedade.
Até mesmo num país em que tem opiniões conflitantes sobre os professores – os norte-americanos se lembram com alegria daqueles que mudaram suas vidas, mas acham que é um trabalho fácil por causa das férias de verão – especialistas em educação dizem que os professores raramente foram alvo de tanto desprezo por parte de políticos e eleitores.


Legisladores republicanos em meia dúzia de Estados estão pressionando para acabar com as proteções de emprego permanente e por tempo de experiência que existem há mais de 50 anos. As críticas do governador Chris Christie contra os professores de Nova Jersey em encontros ao estilo de assembleias, acusando-os de serem gananciosos, acertaram uma veia populista e o transformaram num astro nacional.


Os prefeitos estão ameaçando demissões em massa, inclusive na cidade de Nova York e em Providence, R.I., onde todos os 1.926 professores foram informados na semana passada de que perderiam seus empregos – um gesto muito mais simbólico, uma vez que a maioria será recontratada.


Alguns especialistas questionam se o ensino, que já tem uma alta taxa de desistência – mais de 25% deixam a profissão nos três primeiros anos – irá atrair profissionais de qualidade no futuro.
“É difícil se sentir bem consigo mesmo quando o governador e outras pessoas dizem que você faz um trabalho ruim”, disse Steve Derion, 32, que ensina história norte-americana em Manahawkin, Nova Jersey. “Tenho certeza de que houve tempos piores para ser um professor em nossa história – sei que os professores tinham muito poucos direitos – mas parece que estamos voltando naquela direção.”


Os que fazem pressão contra as concessões dos professores insistem que as mudanças melhorarão as escolas.


“Isto não é de nenhuma forma um ataque contra os professores; é um esforço abrangente para reformar um sistema”, disse Tony Bennett, superintendente de instrução pública em Indiana, onde os manifestantes também cercaram o Capitólio em oposição aos projetos de lei apoiados por Bennett e o governador Mitch Daniels, republicano. O projeto de lei limitaria o poder de negociação coletiva dos professores em relação ao pagamento e benefícios e permitira que os diretores estabelecessem os tamanhos das salas e horários escolares, e demitissem professores com base no desempenho no trabalho, e não nos anos de serviço.


Bennett disse que o sindicato de professores do Estado distorceu a lei para gerar medo.
Há sinais de uma repercussão a favor dos professores. Uma pesquisa feita pelo New York Times na semana passada revelou que uma proporção de quase dois para um – 60% contra 33% - dos norte-americanos se opõem a restringir a negociação coletiva para os funcionários públicos. Uma maioria similar – incluindo mais da metade de republicanos – diz que os salários e benefícios da maioria dos funcionários públicos estavam “corretos” ou “muito baixos”.


Quanto ao humor dos professores, uma pesquisa anual patrocinada pela Fundação MetLife revelou em 2009, antes da explosão de críticas deste ano, que 59% dos professores estavam “muito satisfeitos”, 40% a mais do que em 1984. Em entrevistas realizadas esta semana, até professores que enfrentam demissões ou cortes de salário sentiram um chamado para estar na sala de aula.


“Eu coloco meu coração e minha alma no ensino”, disse Lindsay Vlachakis, 25, professora de matemática de segundo grau em Madison. “Quando as pessoas atacam os professores, elas estão me atacando.”


Embora reduzir os déficits orçamentários seja a causa imediata da pressão dos legisladores, outra justificativa para muitas das medidas propostas vem de um amplo movimento pela responsabilidade, que quer aumentar o desempenho dos estudantes e acredita que os sindicatos de professores obstruem o caminho para isso.


A responsabilidade, principalmente aquela medida pelas notas dos alunos, trouxe mudanças grandes à educação e ainda promete mais, mas muitos professores sentem que as mudanças são impostas sem nenhuma consulta aos educadores nas salas de aula. Quase 70% disseram que na pesquisa da MetLife que suas vozes não eram ouvidas nos debates de educação.
Chester E. Finn Jr., presidente do Instituto Thomas B. Fordham, um grupo conservador de política educacional, disse que o declínio de status dos professores está ligado ao sucesso dos sindicados em pagar os professores e garantir a segurança no trabalho baseada em seus anos de serviço, e não em sua capacidade.


“Eles estão colhendo um fruto amargo que não plantaram individualmente, mas que sua profissão plantou ao longo de 50 anos, passando de uma profissão respeitada para uma força de trabalho em massa em que cada um é tratado como se fosse substituível, como nas fábricas de aço de antigamente”, disse Finn.


Aqueles que se opõem à iniciativa de avaliar os professores de acordo com as notas dos alunos argumentam que isso retirará bons professores das escolas que mais precisam.


Anthony Cody, que deu aula de ciências no primeiro grau durante 18 anos e agora instrui novos professores no distrito escolar de Oakland, Califórnia, disse que muitos saem antes do marco de três anos por salários mais altos e melhores condições em outros lugares.


Oakland tem muitos alunos pobres e escolas no final da lista dos testes padronizados – escolas que o Departamento de Educação identifica como candidatas a grandes reformas, reduzindo metade de sua equipe.


“O que precisamos nessas escolas é de estabilidade”, disse Cody, 52, que escreve um blog sobre educação. “Precisamos convencer as pessoas que, se elas investirem sua carreira em trabalhar com esses alunos difíceis, então podemos recompensá-las e valorizá-las. Não vamos submetê-las à humilhação arbitrária nos jornais. Não vamos exigir que sejam avaliadas e pagas com base nas notas dos alunos, que costumam flutuar além do controle dos professores.”


Cody reconheceu que muitos de seus colegas mais jovens, que cresceram numa época em que as notas já eram usadas para medir o progresso e a responsabilidade – primeiro para as escolas, e agora cada vez mais para os professores – não são tão resistentes ao conceito.


“Não estou muito preocupado com isso”, disse Kevin Tougher, 31, que dá aulas na terceira série em Lake Grove, Nova York, onde um novo sistema de avaliação estadual classificará os professores baseado 40% nas notas de seus alunos ou em medições similares.


No mês passado Tougher foi notificado de que seria demitido este ano por não ter muito tempo de serviço, de acordo com os cortes propostos pelo Estado aos auxílios às escolas. Sindicalista, ele acredita que as demissões baseadas no tempo de serviço são justas.


“A parte do tempo de serviço eu entendo”, diz Tougher, que é solteiro. “Embora seja frustrante se eu for afastado no ano que vem, é assim que as coisas acontecem às vezes.”


Fonte: http://eduqueweb.net/educar/index.php?q=node/503 - Traduzido de The New York Times

6 de mar. de 2011

Antonio Carlos Gomes da Costa

04/03/2011

Antonio Carlos Gomes da Costa: Brasil perde um dos principais defensores dos direitos infantojuvenis


Foto: Gastão Guedes
CONFIRA BIOGRAFIA DE ANTONIO CARLOS GOMES DA COSTA
É com enorme pesar que a Fundação Telefônica e o CEATS comunicam o falecimento do Prof. Antonio Carlos Gomes da Costa, um dos principais colaboradores e defensores do Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo ele mesmo, sua maior realização, como cidadão e educador, foi participar do grupo que redigiu o ECA e que também atuou junto ao Congresso Nacional para sua aprovação e, logo depois, sanção presidencial.
Autor de diversos livros e textos, no Brasil e no exterior, sobre promoção, atendimento e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, o professor foi uma das inspirações para o Portal Pró-Menino, do qual participou ativamente na concepção e construção. Continuou colaborando sempre com o Portal, por meio de artigos e consultorias, sendo um dos idealizadores da Cidade dos Direitos e do Concurso Causos do ECA.
Além de contribuir para o desenvolvimento do Portal Pró-Menino, foi essencial no desenho e construção de diversos outros programas e projetos da Fundação Telefônica, assim como na formação e desenvolvimento da equipe da Fundação.
No mês passado escreveu o que viria a ser seu último artigo para o Portal, falando sobre os desafios do ECA até 2020. E neste artigo ele nos deixa sua mensagem de luta ao escrever “meu primeiro artigo de 2011, pode ser resumido numa palavra de ordem de sólida objetividade: ATACAR! ATACAR! ATACAR! Se não fizermos isso, em vez de construir o futuro, passaremos a terceira década do ECA e, talvez o resto do século, nos defendendo de um fantasma que nada tem de camarada”. E finaliza seu artigo com seu contagiante otimismo destacando que temos pela frente uma década de “tantas esperanças para nós, brasileiros”.
Seu falecimento representa uma grande perda para o movimento de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Mas, sem dúvida, os ideais que ele defendeu continuarão sendo na próxima e nas décadas que estão por vir um referencial para todos. Promover o ECA e torná-lo uma realidade em todos os cantos do país é a maior homenagem que podemos fazer a este educador que dedicou sua vida a nossas crianças e adolescentes.
Equipes Fundação Telefônica e CEATS



O velório ocorre no Cemitério Parque da Colina, na Rua Santarém, no bairro Nova Cintra, em Belo Horizonte. O enterro será no mesmo local no sábado (05/03), às 9h.
Confira entrevista com o professor sobre o papel da educação no combate ao trabalho infantil

Fonte: http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ConteudoId/a1a08aca-0936-4e7d-80c9-d3d64384ac5d/Default.aspx

Cronômetro será usado para avaliar qualidade de ensino

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por Gustavo Gitti em 22/06/2010 às 12:45 | PdH Shots


Era tudo o que a educação escolar brasileira precisava. Um bando de americanos com um cronômetro em mãos no fundo das salas de aula de 400 escolas públicas, em Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Ideia de quem? Do Banco Mundial.

Os americanos até filmam as aulas, como se medir o desperdício de tempo (entre chamada e tentativas de disciplinar os alunos) fosse contribuir para melhorar a qualidade de nossa educação. Ora, perda de tempo mesmo é mobilizar pessoas para essa avaliação, criar uma tensão desnecessária com os professores e não chegar a lugar algum.

Mas o absurdo não para por aí. A revista Veja dessa semana apoia totalmente o método, citando uma “especialista” (em que mesmo?), um pedagogo americano e a secretária de educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin:

“Pode-se dizer que o cruzamento das avaliações oficiais com um panorama tão detalhado da sala de aula revelará nossas fragilidades como nunca antes.”

A matéria afirma que estão sendo coletadas “informações valiosas” e trata a revolta dos professores como “manifestação de corporativismo”. Eis a conclusão de Veja (assinada por Roberta de Abreu Lima):

“Nesse sentido, os cronômetros são um necessário passo para o Brasil deixar a zona do mau ensino.”

Não é possível que alguém escreva isso. Sério. Ela deve ter se confundido e passou, como um erro de ortografia. Investir em formação de professores é besteira, né? Melhor chamar americanos com métodos (escolha entra “avançados” ou “ridículos”) baseados em um cronômetro.

Eu fiz Pedagogia na USP, onde seria um dos melhores locais para se pensar a educação no Brasil. E minha conclusão é simples: a saída para a educação não está nas escolas. Mas isso é tema para outro post.

Cronômetro, câmeras e competição: eis um ótimo ambiente escolar!

Fontes: Veja e Diário de Pernambuco.

RESPOSTA À REVISTA VEJA

Abaixo envio uma cópia da carta escrita por uma professora, que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Esta carta é uma resposta a uma reportagem em que a jornalista defende a idéia de que as aulas sejam cronometradas a fim de medir o tempo que o professor fica em sala de aula e o tempo em que "efetivamente está dando aula". Peço, por favor, que a repassem. Vale a pena ler.



RESPOSTA À REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante É QUE HÁ DISCIPLINA. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

2 de mar. de 2011

Olá Ramon, tudo bem?

Eu temo muito que realmente o humano atinja tão logo tal condição tecnológica, já que o mesmo ainda não percebeu outras dimensões mais essenciais que se perde e se suplanta continuamente a consciência ética e moral de seu ideal de homem.

Não desprezo o avanço científico e tecnológico do homem, entretanto não os vejo em prol da universalização moral, pois a pobreza se alastra e a miséria se consagra dia e noite dentro do propósito neocapitalista que nos cegam não só a racionalidade, também o faz com o Espírito e a alma.

Abraços fraternos,

Wellington