26 de nov. de 2010

Programa Via Legal: Decisão inédita

Programa Via Legal: Decisão inédita: "Para pagar o tratamento do filho que tem uma doença rara, um engenheiro paranaense quase perdeu a casa onde vive com a família. Um acordo en..."

21 de nov. de 2010

EDUCAÇÃO COMO FATOR DE CONSTRUÇÃO DO HOMEM

Por: Salomão Ferreira de Souza*

Fonte: http://nepfhe-educacaoeviolencia.blogspot.com/


O tema do artigo em apreço tem como objetivo fazer compreender melhor a que veio a educação no processo de construção das sociedades, mais do que propriamente o que ela significa. Aqui não importa tanto o objeto, mas as direções que toma o homem quando dele se arma e com ele se apresenta ao mundo.

Segundo Verner Jaeger (2001), “Todo povo que atinge um certo grau de desenvolvimento sente-se naturalmente inclinado à prática da educação”. Como desafio vamos pensar o inverso: todo povo, ao se educar, consegue um certo grau de desenvolvimento. Tomando essa questão pelo avesso, pretendo mostrar que a educação antecede o humano e que esse só se faz por meio dela. A educação é, assim, uma construção de humanidade inventada por esse animal bípede, que, desprovido de recursos materiais para o enfrentamento do mundo, se armou das idéias e fabricou as mais diversas próteses. Em Jaeger (2001), lemos que “A educação é uma função tão natural da comunidade humana, que, pela sua própria evidência, leva muito tempo a atingir aqueles que a recebem e a praticam, sendo, por isso, relativamente tardia na tradição literária”. Novamente Jaeger nos leva a pensar que, antes de perceber e traduzir, pela literatura, os conceitos e idéias, a educação já aconteceu. Ela precede a literatura que a expressa.

Para iluminar melhor essa idéia, vamos considerar um recorte histórico que compreende, primeiramente os séculos XVII e início do XVIII, depois um período que vai da segunda metade do século XVIII ao final do século XIX quando se processa as grandes transformações científicas e, finalmente, o século XX até o momento atual, quando o mito das ciências é deposto pelas questões epistemológicas que surgem pelas crises de humanidade do referido século.

No primeiro período situado acima os demógrafos europeus apontavam grande taxa de mortalidade infantil decorrente do descaso que as famílias faziam de seus filhos pequenos. Somente a partir da segunda metade do século XVIII, a sorte das crianças começou a melhorar criando, então, um ambiente onde os pequeninos passaram a ter maior chance de sobreviver. Isto não foi conseguido por meio de campanhas de saneamento, mas por uma educação sistematizada que tinha por objetivo conscientizar as mulheres da importância de seus filhos como riqueza para o estado. O estado exige que as mães cuidem bem de sua prole porque só assim ele poderia produzir as riquezas que, pela mesma via da melhoria das condições do estado, levariam esses benefícios àquelas mães. De acordo com Bantinter (1985, p. 128), “(...) a Academia de Holanda ofereceu um prêmio a quem descrevesse o melhor método para conservar crianças (...)” e conclui: “Foi um compatriota de Rousseau que o ganhou.".

Foi necessário fazer as citações acima para que possamos entender aquela sociedade nos dois momentos históricos: enquanto seus filhos podiam morrer sem fazer muita falta ao sistema de produção, num primeiro momento e quando essa mesma sociedade percebe que precisam das crianças (não como pessoas mas como números - produtores e consumidores - na visão fisiocrática) ou como humanidade (na visão de Montesquieu e Rouseau), para que o estado ou o homem aconteça em sua plenitude. Já no final do século XVIII algumas mães se sentem valorizadas ao apresentar os retornos que a sociedade cobrava. Em consequência da valorização dos filhos como produtos importantes para o capital e o Estado ou simplesmente como homens, as mães se sentem realizadas e começam a mudar seus papéis no lar. É por essa via torta que as mulheres começam a conquistar espaços na sociedade moderna e é também por ela que, já de forma mais direta, a criança se torna o centro das atenções do estado e dos homens adultos. Isso torna visível na Europa do final do século XVIII e início do século XIX.

Considerando que as mudanças surgidas naquela época só foram possíveis pelos “... gritos de alarme de Montesquieu, Rousseau e dos fisiocratas...” (Bantinter, 1985, p. 127), devemos lembrar que por traz das boas intenções com as crianças existiam as necessidades do estado e do sistema de acumulação. Em oposição aos fisiocratas, Montesquieu e Rousseau propunham mudanças não em número de indivíduos, mas na qualidade deles. Por isso Rousseau é, indiscutivelmente, o grande precursor da Escola Nova que surgiu cem anos depois.

Reparem que a criança, que era desprezível e estava entregue à sua própria sorte, passa, por vias daquele movimento, a ser o centro das atenções do estado e dos adultos; suas mães, já com a nobre tarefa de cuidar dos filhos ganham, por conseguinte, uma certa importância.

Penso que a educação é a grande responsável por estes movimentos quando tira do homem adulto o centro das preocupações, o transporta para os pequeninos e, como afirmado anteriormente, por vias tortuosas, à suas mães, em sacrifício do quase ócio improdutivo e de sua condição de empregada da casa, canalizando suas energias para o cuidado com a prole. Esse ócio das boas mães, agora produtivo, possibilita melhor educar os filhos, não sem um melhor preparo destas. É importante observar que o espaço conquistado no lar e na escola daquele período acaba por ser objeto das preocupações dos educadores e do estado até os dias atuais. Isso se dá com as crianças e com as mulheres, embora em ambos os casos existam outros fatos a serem considerados, como, no caso das mulheres, os movimentos dos anos 60 do século XX, mas esse é outro movimento que não cabe ao presente estudo.

A educação é um movimento que passa pelas mais diversas sociedades, nos mais diversos períodos históricos, com um fim previsível ou não. Talvez se os homens da segunda metade do século XVIII soubessem das conquistas futuras de seus filhos e de suas esposas, não teriam desprendido tão grande esforço para as mudanças da época. Felizmente a nossa vida é curta e a sociedade é um organismo em movimento: não podemos testemunhar todos os resultados da educação que aplicamos hoje. Só podemos percebê-los em nossa imaginação. Os desdobramentos da educação de uma sociedade, num determinado tempo histórico, só podem ser objetos de especulação de seus idealizadores. Como na tradução da palavra latina textum (texto, tecido), o educador é apenas um fio que, entrelaçado a outros tantos, tece uma rede chamada humanidade.

Para concluir e como uma provocação ao leitor, vou reproduzir uma fala de Guimarães Rosa (2001): “Vida é noção que a gente completa, seguida assim, mas só por meio de uma idéia falsa. Cada dia é um dia.”.

Referências:


BADINTER, Elisabeth. Um Amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

JAEGER, Werner. Paidéia: A formação do homem grego. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2001.

ROSA, Guimarães. Grandes Sertões Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.



* - Salomão Ferreira de Souza - é escritor e graduando em pedagogia na FAE (Faculdade de Educação) - BH - UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais)

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Marcadores: construção social, educação, filhos, mães

Cultura: Singular e Plural

Por: Salomão Ferreira de Souza - Belo Horizonte, 14 set. 2010

Fonte: http://nepfhe-educacaoeviolencia.blogspot.com/

É como pássaro pequeno tentando sair do ninho para o primeiro vôo, que busco analisar o conceito de cultura. Entendo que uma planta crescida difere significativamente da semente que lhe deu origem. Dessa forma penso que as expressões simbólicas, míticas e religiosas de um povo, grupo ou sujeito são insuficientes para definir os objetivos práticos que, como semente, enraizou, criou um tronco e se projetou com seus galhos, folhas e frutos inumeráveis. Comparativamente, a cultura é como essa árvore imaginária que foi semente atirada ao solo e não só regada e cuidada mas, também, judiada pelas intempéries, açoitada pelos ventos, balançada pelos temporais e castigada pela seca e rigor de invernos. Nesse processo, umas galhas se quebram e morrem, folhas secam e caem, flores vingam se transformando em fruto e outras nem tanto. Nessa floresta imaginária, embora a matriz seja bastante homogênea, as árvores que dela resultam são bem diversas, mesmo quando descendem de uma gema comum. Assim sendo, tentarei transportar essa figura de linguagem para o campo conceitual, visando entender os ingredientes históricos, os mitos e religiões bem como as crenças, gostos, regras e costumes que perpassam a formação individual e grupal desse bípede chamado homem, cujos hábitos coletivos denominamos cultura.

Embora tendo estruturado o pensamento evolucionista, os estudos de Edmund B. Taylor podem ser questionados por considerar a "cultura" ou "civilização" como um processo linear onde os níveis são distintamente mais ou menos avançados. Vale lembrar que a semente deve ser vista com o olhar de quem percebe nela a essência da planta e a semente que dela retornará ao solo. Talvez devamos ter como sensatas as considerações de Bronislaw Malinowski quando propõe ao etnógrafo que saia do escritório ou laboratório e parta para o campo buscando entender que uma folha vermelha no chão pode significar não só a presença de uma determinada espécie de árvore, mas uma estação, um lugar geográfico, a humidade do ar e que, dessa mesma forma, um viajante ou um camelo podem revelar uma cultura que escapa até mesmo ao mais prescrutador olhar antropológico.

Visando conhecer a essência da semente cultural propomos uma leitura da teoria biológica de Humberto Maturana e Varela. Aqueles autores mostram a afetação do organismo biológico pelo meio e a interação desses, resultando daí o processo de aprender e trazendo respostas para o enfrentamento dos medos, das necessidades de sobrevivência e da defesa pessoal e coletiva. Para esses dois biólogos a complexidade está tanto no micro como no macro, embora haja constante assimilação e readaptação que se multiplica pela autorreprodução. Podemos interpretar esses processos como movimentos de afetação do meio sobre o organismo resultando daí a compreensão individual e coletiva desses sinais e a gestação de mecanismos de equilíbrio garantidores da sobrevivência de cada um e do conjunto. Afirmam aqueles biólogos que um alce, quando quebra as regras do grupo, de alguma forma que não compreendemos, está protegendo o bando. Ele se oferece ao predador tal como o farmacós, ou seja, a vítima sacrificial que morre para salvar. Essa disposição biológica e natural é bem diferente da realidade cultural onde os códigos e as regras geram instâncias de poder que determinam quem manda e quem obedece, quem se salva e que está condenado ao sacrifício.

Uma vez colocado um princípio primeiro dos mecanismos naturais de sobrivência, é justificável a concepção de Levy-Strauss quando afirma que homens e mulheres serão sempre seres biológicos e culturais, jamais viverão em estado de natureza. O homem é cultural na medida de suas organizações sociais que resultam do trabalho transformador da natureza em benefício da coletividade. Ao agir coletivamente estabelecem regras, códigos, leis e jogos de poder que são determinantes na distribuição geográfica das comunidades e no controle que alguns indivíduos exercem sobre outros. A cultura tanto está na tribo que se isola na floresta amazônica como no milionário que se refugia em algumas coberturas de luxo, alternando entre elas, visando a proteção de sua fortuna e a integridade de seus familiares. O primeiro garante a integridade do grupo pelo controle do território de coleta e caça e o segundo se desfigurando num ambiente de coisas sobre as quais perdera definitivamente o controle. O objetivo primordial da cultura como regras e modos que determinam o “ser” é engolido pela lógica bêbada do “ter”. Assim, confundem a razão de grupos humanos por uma de interesses econômicos, o farmacós pelo ataque assassínio ao outro, a família por grupos de interesse e a sociedade como potenciais clientes interpretados como objetos de acumulação e restos ou descuidos convenientemente esquecidos na lata de lixo das periferias.

Fazendo uma leitura da "vida como ela se apresenta", podemos perceber o quanto essa cultura avança sobre o homem, confundido-o em sua identidade de sujeito social, controlador e conhecedor de suas ações no mundo e levando-o para o lugar desse outro indivíduo que perdeu o controle sobre suas ações. Esse sujeito se vê cada vez mais imobilizado pelo produto de consumo resultante de suas ações transformadoras do mundo, transformações essas que vão além do necessário pois opera na lógica da acumulação capitalista. Essa nova lógica, cultural porque humana, está longe das determinações primeiras e primárias da essência do ser natural. Seus objetivos já não ligam o biológico - razão de sobrevivência e de organização do grupo -, aos princípios básicos de conservação do meio, garantidor da sobrevivência das gerações futuras e do controle sobre as ações individuais e coletivas que justificam os códigos, os símbolos e as regras cujo sentido só se assenta na aceitação coletiva. Não existe sociedade sem essas e não se justificam regras, símbolos e códigos absolutamente individualizados.

Por fim, voltando à nossa imaginária floresta, procuraremos compreender o emaranhado de galhos e cipós, que confundem o observador, para tentar encontrar, talvez na semente, a lógica essencial do matagal. Ali poderemos perceber a diversidade das plantas e sementes da mesma forma que num passeio pela cidade, podemos encontrar culturas diversas e saber que cada uma tem, ou pelo menos deveria ter, na sua essência, as mais diversas percepções de mundo que, imbricadas, ou seja, sobrepostas, visam garantir a sobrevivência e a integridade dos grupos sociais. Como visto, os rumos tomados pela acumulação capitalista afasta alguns membros sociais dessa primordial significação do “ser”. Vale pensar que, comparativamente, estamos perdendo o controle sobre essa selva que se estende por um território sem fronteiras, cujas sementes são lançadas pela mediação da comunicação de massa.

Assim a meditez determina o ritmo de crescimento dessa selva, suas fronteiras, seu tempo real e virtual. Nela o agigantamento de uns sufoca a maioria e, ao lançar sua sombra sobre as sementes, eliminam a essência da própria floresta. Essa reflexão, uma vez colocada, pode ser considerada essencial para a compreensão da diversidade cultural humana e da importância de se perceber o essencial que existe em cada uma delas. Uma vez compreendido esse mecanismo, fica mais fácil pensar os movimentos, as implicações presentes e futuras das tendências de aculturação, principalmente na sociedade contemporânea embriagada pelo mercado de consumo, pela mediatez da informação e pela falta de sentido das sociedades de espetáculo, onde os sujeitos se assemelham a rebanho pastando trivialidades como afirma Du Bois em sua interpretação da sociedade de consumo americana.

Salomão Ferreira de Souza - é aluno do terceiro período da Faculdade de Educação da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais). Belo Horizonte, 14 de setembro de 2010.

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Marcadores: cultura, educação, textos, UEMG

Prêmio Instituto Claro – Novas formas de Aprender e Empreender

O Instituto Claro acredita que as ideias inovadoras, se colocadas em prática, têm o poder de transformar o mundo.

Por isso, a edição de 2010 do Prêmio Instituto Claro – Novas formas de Aprender e Empreender tem como objetivo fomentar o empreendedorismo na educação e no desenvolvimento comunitário, reconhecendo e articulando os agentes, de forma a tornar ainda mais transformadoras as suas ações. Em sua primeira edição, o Prêmio teve 1.365 iniciativas inscritas.

Se você é um empreendedor social que usa as tecnologias de informação e comunicação para inovar na educação e no desenvolvimento comunitário, participe. Serão R$ 150 mil em prêmios, distribuídos conforme o regulamento.

Veja em qual das duas modalidades abaixo seu projeto se encaixa e faça sua inscrição. Sua iniciativa transformadora pode fazer a diferença.


Carime Kanbour, vice-presidente do Instituto Claro, fala sobre as novidades da edição 2010 do Prêmio.
Leia mais

Vice-presidente fala sobre a evolução do Prêmio Instituto Claro – Novas formas de Aprender e Empreender

30 AGOSTO 2010

Regulamento: http://www.institutoclaro.org.br/banco_arquivos/regulamento_premio_2010_instclaro.pdf

Nesta entrevista, Carime Kanbour, vice-presidente do Instituto Claro, fala sobre a edição 2010 do Prêmio Instituto Claro – Novas formas de Aprender e Empreender. Como grande diferencial, a edição deste ano agrega à educação e à tecnologia o pilar do empreendedorismo. Para Carime, a mudança foi uma conseqüência natural dos aprendizados que o Instituto obteve desde que foi criado, em março de 2009. Confira essas e outras novidades na entrevista e no podcast abaixo:

divulgação
"O Instituto está trazendo a questão do empreendedorismo como um novo pilar de atuação", afirma Carime


Carime Kanbour, que iniciativas o Instituto Claro deve realizar ainda este ano?

São várias iniciativas. A primeira delas é o Prêmio do Instituto Claro, que está com inscrições abertas de 01 de setembro a 03 de dezembro. Também estamos apoiando desde o início do ano o projeto Fronteiras do Pensamento, que é um ciclo de palestras realizadas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desenvolvemos, junto com os consultores do projeto e o editor Carlos Seabra, o módulo Fronteiras da Educação, voltado para os professores. Nessa iniciativa, trabalharemos uma espécie de guia para o uso de novas tecnologias na sala de aula, indicando como se apropriar de redes sociais, blogs e como melhorar pesquisas, por exemplo. Temos os programas de doações ao Fundo da Infância e Adolescência – FIA – e de voluntariado, nos quais o Instituto dá as diretrizes para os funcionários da Claro. Teremos a 3ª edição do Claro Curtas, que deve ser lançada no começo de 2011, e estamos trabalhando também na organização de diversas oficinas criativas sobre audiovisual e redes sociais digitais. São novidades que anunciaremos em breve. São vários projetos que se complementam, sempre focando a questão do aprendizado e das novas tecnologias nas suas várias formas.



Sobre o Prêmio Instituto Claro, quais as mudanças deste ano?

Nós percebemos, na primeira edição do Prêmio, que muitos dos profissionais que enviaram projetos para nossa análise tinham ideias criativas, queriam fazer algo diferente, potencializando resultados. Então, valorizaremos nesta edição os profissionais que querem fazer algo diferente na educação, tanto formal quanto informal, e também na sua comunidade. Desta forma, chegamos ao outro ponto que estamos trabalhando no Instituto: a questão do empreendedorismo. Há várias concepções, e entre elas, a do intraempreendedorismo. Parece uma palavra difícil, mas o conceito é muito simples. Trata-se da atitude de uma pessoa que possui uma ideia inovadora, consegue enxergar uma oportunidade de aplicar essa ideia e, a partir disso, viabiliza, articula recursos e a implementa, gerando resultados positivos para quem está envolvido. Ouvimos muito a questão do empreendedorismo voltado para os negócios e geração de lucros, mas não é só isso. Muitos professores que participaram trouxeram para nós isso, uma atitude empreendedora. Uma ideia simples, mas que muda um processo, que muda um resultado, dentro daquilo que eles já fazem. No Prêmio deste ano, ao invés de três categorias, como tivemos na edição passada, teremos duas. Em uma delas, reconheceremos a inovação dentro da educação. Na outra, contemplaremos projetos que tratam de inovações e seus impactos na comunidade.



Além da mudança das categorias, que novidades essa edição traz?

Nós aumentamos o valor da premiação, que passou a ser de R$ 150 mil. Além disso, outra novidade muito interessante é o tutorial online que desenvolvemos. Nesse tutorial, os candidatos descobrem como preencher a inscrição da melhor forma, passando o que o projeto realmente é, mostrando seu potencial e seu valor. Como algumas dicas são gerais, esse tutorial também pode ser usado para outras premiações, além do prêmio do Instituto Claro. O prazo de inscrição também está maior, o que é um ganho para quem quer participar.



Essa evolução temática, além do Prêmio, também será refletida na atuação do Instituto?

Sim. O Instituto está trazendo a questão do empreendedorismo como um novo pilar de atuação junto com a educação e as novas tecnologias. Percebemos que muitas das pessoas que estão trabalhando a questão da educação e das novas tecnologias são, na verdade, empreendedoras. Elas querem inovar, potencializar resultados naquilo que elas fazem. Isso estava intrínseco a todos os temas em que trabalhávamos. É uma evolução natural da causa.



De que forma o empreendedorismo complementa a temática das novas tecnologias na educação?

O que nós aprendemos nesse primeiro ano de Instituto é que discutir as novas tecnologias na educação é, muitas vezes, discutir empreendedorismo. Estamos falando de profissionais e especialistas que estão inicialmente sozinhos, que possuem uma grande ideia ou têm uma outra forma de ver a educação e, a partir daí, vão se articulando e se estruturando para conseguirem implementar um projeto que traga retorno para os alunos, para um aprendizado diferenciado, e isso acaba refletindo na comunidade. Percebemos que esses três pilares estão ligados. O Prêmio, por exemplo, valoriza, reconhece, estimula e incentiva aquele professor que quer inovar. O Claro Curtas estimula e reconhece pessoas que tenham interesse no audiovisual e, ao colocar temáticas sociais específicas e realizar oficinas de capacitação, está formando profissionais com novos olhares. Então, o empreendedorismo já estava muito ligado aos projetos em que trabalhamos. É uma evolução bastante pertinente e efetiva da nossa causa e dos nossos projetos.