30 de jul. de 2009

Inclusão nas Escolas: Uma questão de que?

Parecer indica escola comum a deficientes

Folha de S. Paulo – 27/07/2009


Um parecer do Conselho Nacional de Educação --ainda não homologado pelo MEC-- que interpreta como obrigatória a matrícula de alunos com deficiências em escolas comuns reacendeu no Brasil a polêmica sobre os limites da inclusão, opondo entidades de defesa de pessoas com deficiência.


O documento não tem força de lei, mas, caso homologado, servirá para orientar o MEC e os sistemas na interpretação da legislação já em vigor no país, especialmente no caso de distribuição de recursos do Fundeb (fundo de financiamento da educação básica).


O parecer reforça a posição da Secretaria de Educação Especial do MEC que, apoiada por entidades, entende ser dever de pais e governo garantir matrícula de crianças deficientes em escolas comuns. O atendimento em especiais seria complementar, no contraturno, e não substituiria o da rede regular.


A Federação Nacional das Apaes divulgou na semana passada nota de repúdio ao parecer, dizendo que ele extrapola a legislação em vigor e que as escolas públicas ainda não estão preparadas para receber todos os alunos com deficiência.


O documento diz ainda que a Secretaria de Educação Especial do MEC agiu de forma "oportunista e tendenciosa" e que seu objetivo seria extinguir as escolas especiais.

Em resposta, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down fez abaixo assinado de apoio à resolução.


Um dos argumentos é que, sob o pretexto de que as escolas públicas não estão preparadas, a matrícula em escolas especiais reforça a segregação e adia o processo de inclusão dos deficientes em classes regulares.

Inclusão obrigatória


Pressionada pelas Apaes e outras entidades, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados pediu ao ministro Fernando Haddad que não homologasse o parecer.

"Somos a favor da inclusão, mas não pode ser obrigatória e do dia para a noite. Nem todas as famílias concordam e há casos de deficientes intelectuais severos que, quando incluídos na escola comum, são prejudicados em seu desenvolvimento", afirma o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), presidente da Federação Nacional das Apaes.

"Há muito a avançar no atendimento na rede pública, mas estamos melhorando e cabe à sociedade cobrar mais. O parecer apenas reforça um direito inquestionável, que está na Constituição e na convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência", diz Claudia Grabois, presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

À Folha, o ministro Fernando Haddad afirmou que ainda não examinou o parecer, mas que não o homologará se entender que há conflito com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e com o decreto 6.571, de 2008, que trata do atendimento e financiamento da educação especial. "Estamos investindo neste ano R$ 200 milhões para preparar as escolas para receber esses estudantes", disse ele.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u600790.shtml

13 de jul. de 2009

Pensar Educação Pensar o Brasil leva discussão sobre psicologia política para a rádio UFMG Educativa

segunda-feira, 13 de julho de 2009, às 9h50

Direitos Humanos, cidadania GLBT e psicologia política serão os temas da discussão central do programa Pensar Educação Pensar o Brasil desta segunda feira, 13. A professora Cláudia Mayorga, do Departamento de Psicologia da UFMG e coordenadora do programa Conexões de Saberes, é a convidada da rádio UFMG Educativa para debater a temática.

Além da entrevista, o programa também conta com agenda cultural, música e sorteio de brindes.

Pensar Educação Pensar o Brasil vai ao ar às segundas-feiras, às 20h, e faz parte do projeto homônimo da Faculdade de Educação da UFMG. Outras informações sobre as atividades desenvolvidas podem ser encontradas no site www.fae.ufmg.br/pensareducacao.

A UFMG Educativa pode ser ouvida pela freqüência 104,5 FM ou pela internet no endereço www.ufmg.br/online/radio.

6 de jul. de 2009

Paulo Freire

ANÇÃO ÓBVIA

Paulo Freire

“Escolhi a sombra de uma árvore para meditar
no muito que podia fazer enquanto te esperava
quem espera na pura esperança
vive um tempo de espera qualquer.


Por isso enquanto te espero trabalharei nos campos
e dialogarei com homens, mulheres e crianças
minhas mãos ficarão calosas
meus pés aprenderão os mistérios dos caminhos
meu corpo será queimado pelo sol
meus olhos verão o que nunca tinham visto
meus ouvidos escutarão ruídos antes despercebidos
na difusa sonoridade de cada dia.


Desconfiarei daqueles
que venham me dizer à sombra daquela árvore,
prevenidos que é perigoso esperar
da forma que espero
que é perigoso caminhar
que é perigoso falar...
porque eles rechaçam a alegria de tua chegada.


Desconfiarei também daqueles
que venham me dizer à sombra desta árvore,
que tu já chegaste porque estes que te anunciam
ingenuamente antes te denunciavam.


Esperarei por ti como o jardineiro
que prepara o jardim para a rosa que se abrirá na primavera”