5 de jun. de 2012

Releituras sobre DECLARE GUERRA A QUEM DIZ QUE TE AMA.


  • Lamentável é ver numa Faculdade de Educação uma chapa com nome de DECLARE GUERRA A QUEM DIZ QUE TE AMA. Não vou votar em chapa nenhuma, me abstenho de participar ou ser conivente, com esta palavra tão horrorosa: "GUERRA" , mas irei ao debate pra defender a PAZ... Estou decepcionada com pessoas que se julgam tão inteligentes. Não há inteligência quando o assunto é criticar; julgar e guerrear. Pode vir com argumentos políticos e blá, blá, blá, blá. VOU CONTRA ESTA CHAPA em divulgar atitudes de outros candidatos e/ou da gestão atual do DA. LULA X SERRA?
Simone Antunes,

Infelizmente somos divididos sim, pelos que governam e pelos que servem, contudo, os tempos são outros e requerem de nós governados, maturidade intelectual ou mesmo de experiência de vida, os D.A e DCE contemporâneos agem como se estivéssemos em tempos passados, de fato não estamos melhores em relação à "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", no sentido amplo dos sentimentos revolucionários prenhes de causas nobres e sabiamente férteis de ideologias amparadas pelos espíritos de justiça e por arcabouços da ciência política.

O que percebo em movimentos ditos revolucionários e sociais,  em muitos casos são vermes se beneficiando em detrimento dos sofrimentos alheios, mire-se na história de nossa trajetória política, faça uma releitura e capte entre todas gerações ao longo dos tempos as mentalidades dos sujeitos em seus respectivos tempos, sem sombra de duvidas houve-se ganhos, contudo ao longo do desenvolvimento humano, social e político, os que nos governam compreenderam a suma importância de estudarem à consciência política, ideológica e intelectual de seus governados e não há nada que ocorreu, ocorra e ocorrerá que não tenha uma singela permissão dos gestores reais que nos aprisionam numa realidade inquestionável e imutável, tenho para mim que toda e qualquer manifestação política conquistada e a conquistar, como por exemplo o direito à igualdade da mulher, os direitos dos negros, pessoas com deficiências, recentemente os direitos dos homoafetivos, o acesso ao ensino superior por meio do Prouni e demais medidas legais de políticas públicas, o direito à carteira de Trabalho, e blá, blá, blá,....

Nenhuma conquista foi revolucionária de fato, houve sim manifestações que simbolizavam os maus-tratos verídicos da realidade da massa, mas ela não foi atendida por razão de se sobressair politicamente, há em todas elas “conquistas”, concessão – consentimento – por parte dos senhores, não os feudais, sim os capitais, aliás, creio que tudo se principia ainda com o feudalismo, uma fez que é fato, há instabilidades socioeconômicas, diretamente haverá rupturas estruturais, ou seja, brechas para reajustamentos corretivos sem que causam perdas absolutas.

Finalizo compartilhando sobre minhas andanças em seminários, congressos, palestras e encontros em movimentos sociais, estes que por um lado nos sinalizam e nos potencializam significativamente no que se refere em aberturas reais capazes de potencializar certas transformações culturais de caráter sociopolítico, socioeconômico, socioeducacional e ideológico, entretanto não conseguimos ter um ganho singular diante os opressores por duas razões pelo menos, primeiro por ainda não conseguir atingir a todos – o povo – por inúmeras razões, desde relacionadas às mídias, ao modelo estrutural de trabalho a concepção da construção social da realidade, bem como da concepção social de educação contemporânea, por mais que hajam discursos proferidos sem uma conexão real com a realidade dos sujeitos e dos próprios atores educacionais, que mascaram a realidade por causa da violência simbólica muito bem entranhada em sua consciência, os atores educacionais diretos – educadores e professores – passam a mascarem chicletes mascados, tanto em respostas à rotinização e burocratização dos processos de ensino e aprendizagem quanto pela proibição subjetiva aniquiladora da capacidade de reflexão e ação intelectual que dialogam entre suas teorias e práticas, estas que potencializariam uma antítese teórica e concretizariam práticas fecundas de sentidos e significados e deixariam de serem rituais e passariam à práxis.

Retomando à finalização do raciocínio aqui exposto, referia às alternativas cidadã trazidas pelos novos comportamentos de alguns cidadão, se não forem eles os verdadeiros cidadãos, como por exemplo o papel social da economia solidária, uma alternativa de modo de viver que dialoga com nossa ancestralidade, recordo-me também do movimento Epistemologias do Sul apresentado por Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses.

 “A expressão Epistemologias do Sul é uma metáfora do sofrimento, da exclusão e do silenciamento de povos e culturas que, ao longo da História, foram dominados pelo capitalismo e colonialismo. Colonialismo, que imprimiu uma dinâmica histórica de dominação política e cultural submetendo à sua visão etnocêntrica o conhecimento do mundo, o sentido da vida e das práticas s ociais. Afirmação, afinal, de uma única ontologia, de uma epistemologia, de uma ética, de um modelo antropológico, de um pensamento único e sua imposição universal.

A quem se interessar pelo assunto, pesquisa na Revista Lusófona de Educação
Rev. Lusófona de Educação  no.13 Lisboa  2009 - Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses (Orgs.) (2009).Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 532 pp.


Wellington Bernardino Parreiras
05/06/2012
15:00

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