13 de mai. de 2012

DA MEDIOCRIDADE DOS DITOS PEDAGOGOS REVOLUCIONÁRIOS ÀS MARGENS DO TERCEIRO MILÊNIO, VISLUMBRO O RETORNO À CAVERNA DE PLATÃO, PORÉM COM GRAVES DISTORÇÕES NÃO SÓ INTELECTUAIS


A superficialidade de conceitos ocos perduram...


                           Imagem retirada do Google.com.br

Não sei se de fato sou eu o estranho no ninho ou se são todos presentes nos comentários, contudo sei demasiadamente que meu desencantamento para com o conhecimento, sobretudo para com a Educação e todas as ciências que a constitui, sinto que se conseguir finalizar minha formação será em vão e o pior de tudo é que não conseguiria retornar à caverna de Platão. Simplesmente tenho consciência de que nenhum lugar me basta e bastaria nesse Mundo.

Quando me leio, vejo
A morte que me mete medo
A vida que  me aterroriza
A existência que me paralisa

Quando me esvaziam todas expectativas  
Sinto-me um suicida
Tal como um zumbi
Porém pleno de consciências

O que faço aqui
Quando saio de mim
E toco o fim

O que faço da não alienação
Que dilacera meu coração
Por não haver ora-ção

Mineirim das Gerais
13/05/2012
13:35

Uma das coisas mais tristes que eu já senti foi saber que um ex-aluno morreu. Nem sei se existe ex-aluno, por que sempre que eles te encontram na rua, no trabalho, na internet, em qualquer lugar, o que você escuta é "fessor". Isso é tão significativo, a identidade que se cria. Você fez parte de algo. Mas quando o fim é outro... Aquelas broncas que você deu não deram resultado. As brigas, os 'sermões', os castigos, nada funcionou. Ai você se pergunta se o caminho não deveria ter sido outro, se você não fez o que deveria. Ser professor de História é só ensinar que Mesopotâmia significa 'terra entre rios' e como se faz para saber a qua século um ano pertence? Sinceramente, tenho minhas duvidas. Talvez aquele aluno nunca quisesse saber disso. E não quis mesmo. E eu fiquei lá bravo porque ele queria sair da sala, queria ver o mundo, mexer com as meninas, andar de bicicleta. Agora nem isso... Bom, que Deus cuide da família e dos amigos, dando conforto e paz!
 ·  ·  · Ontem às 00:24 · 
    • Daniel Braga Ele gostou mesmo do dia que eu passei o filme O Principe do Egito e fiz pipoca e comprei refrigerante... Aquele dia (e acho que só aquele dia) ele fiquei quieto, sentado...
      Ontem às 00:27 · 
    • Fabrício Zamboni Somente Aquele que disse “Eu sou a verdade” é que pode dizer que conhece toda a realidade. Quem jamais conheceu a realidade? O que nós chamamos de realidade não existe a não ser nos nossos olhos. Porém, se pudesse ser vista por todos os ângulos e variáveis que envolvem a mesma coisa que chamamos de realidade, a nossa percepção de realidade sairia envergonhada pelo desvendamento de sua certeza-do-real como sendo mera e burra arrogância fantasiosa. O melhor mandamento acerca da realidade é aquele que manda não julgar a ninguém. Assim, se afirma que a maior realidade possível ao homem, é a certeza que ele pode ter de não conhecer a realidade. Uma única mudança de humor transmuda e desfigura o mundo inteiro diante de nossos olhos, ou, paradoxalmente, o torna belo e desejável, apesar de tudo. Desse modo, não conhecendo quase nada acerca da realidade, e enxergando-a sempre a partir da parcialidade e da passionalidade de meu olhar, o que de melhor posso fazer por mim mesmo, em minha ignorância, é julgar cada vez menos, e buscar amar cada vez mais; pois, é somente por tal via que saber ou não saber perde a relevância diante da possibilidade de que os olhos sejam iluminados de dentro para fora; criando e iluminando a realidade que de mim se projeta. Se não conheço a realidade, exceto uma ínfima parte dela, melhor do que buscar a luz que vem de fora como um saber supostamente pertinente ao que é real, ao contrário disto, devo me deixar acender, de dentro para fora, pela luz que produz um olhar que cria a realidade conforme a verdade, posto que a única realidade que me serve é aquela que é feita de verdade-fato-do-amor, que é o único elemento que dura para sempre, pois jamais acaba; sendo, portanto, de fato, real. Assim, posso dizer que fora das produções do amor, toda realidade é apenas soma de olhares confusos e perdidos; pois, sem amor, até o que seria, não é; e mediante o amor, até o que não é, passa a ser. O único senso possível de realidade-verdade é aquele que é fruto do olhar que enxerga pela luz do amor. Sem o olhar do amor, até a maior realidade-fato-da-vida, não passa de fantasia; pois, apesar de existir, não é. Pense nisso!
      Ontem às 00:29 ·  ·  1
    • Fabrício Zamboni ‎"E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós." Êxodo 3:14
      Ontem às 00:33 · 
    • Fernando Bones Que foda, Buzz... Captei TODA a mensagem...Conforto pra você também!
      Ontem às 00:42 ·  ·  1
    • Marlos Souza Buzz meu amigo, conte comigo sempre. Grande abraço.
      Ontem às 07:15 ·  ·  1
    • Ana Luiza Te conheço suficiente pra saber que você fez o seu melhor. Tenho certeza que suas broncas fazem mta diferença na vida de muitos alunos. Mas infelizmente, a escolha continua sendo de cada um deles...=/
      Aposto que em algum momento da suas inúmeras falas ele parou pra pensar um pouquinho e fazer um exame de consciência. Você fez a diferença e vai continuar fazendo na vida de muita gente, esse é seu papel!!

      Força!!!
      Espero que a família desse garto fique em paz.
      Ontem às 08:48 ·  ·  2
    • Iara Ferreira Que triste Buzz. Mas não se culpe em nenhum momento. Alunos, assim como professores, são vítimas das políticas públicas que não alcançaram suas casas, escolas, comunidades...É triste dizer isso mas, como professores, não estamos imunes a receber outras notícias de ex-alunos que se vão desta forma. Contudo, não podemos banalizar fatos como esse. Imagino o quanto os bons professores sentem com essas perdas e isso já é o suficiente para demonstrar o quanto querem mudar esse quadro, mesmo estando atados pelo sistema de educação atual, pelo descaso do governo, etc. Imagino que professores sozinhos não vão mudar isso, mas pode ter certeza que você contribuiu, de alguma forma, para que outros alunos não tomassem o mesmo destino. Vi uma frase um dia em um jornal que me fez pensar muito, era de uma professora: "tenho 10 anos de magistério, 10 alunos mortos. Isso é o que quero mudar."
      Ontem às 10:16 ·  ·  1
    • Renata Gomes Buzz, um abraço de Urso prá você!
      Ontem às 11:01 ·  ·  1
    • Wellington Bernardino Parreiras “Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.”

      Paulo Freire

      A morte não representa descaracterização da realidade e tampouco do conhecimento de Mundo e de nossa história, não querer nem sempre é poder, não conquistamos o saber e o conhecimento por gosto, atingimos tal estágio por meio das adversidades presentes em nossa realidade vulnerável diante o universo que coabitamos. 

      Até hoje não conheci nenhum ser humano que não tivesse desejo algum pelo conhecimento e pelo saber que nos cercam, contudo cada um de nós apreende o universo e demonstra interesses pelas curiosidades da vida de forma distinta, acredito que a questão não seja se deveríamos ou não ensinar isto ou aquilo e sim como compreender as incomensuráveis formas de ensinar e aprender, bem como resgatar em nós os nossos caminhos que nos conduziram ao conhecimento e saber adquiridos e de quantas maneiras tivemos que por nós mesmos desenvolver mecanismos que dessem continuidade aos nossos anseios e encantamentos pelos mistérios da existência. 

      “O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir.”
      Milton Santos

      Vou de encontro ao celebre discurso de Rubens Alves onde sempre pontua que o aluno não precisa saber nada sobre física quântica, uma vez que não irá atuar com a mesma. É direito de todos tanto o acesso ao conhecimento quanto ao direito de condições dignas de vida de modo garantir a liberdade de escolha, ou seja, a pessoa tem o direito de aprofundar-se nos estudos para chegar a um Doutorado ou mesmo ao Pós-Doutorado, o que não é mais tolerável que ela tenha suas oportunidades de vida restritas segundo ideologias segregadoras.

      Pautar-se numa perspectiva relativista sem releituras contextuais sobre os cursos da História continua sem considerar suas rupturas lineares, nos reposicionam numa mesma estratificação com revestidas pelos efeitos da neo-estratificação maquiada pelas readaptações do capitalismo em decorrência das transformações sociais, culturais e educacionais que imprimem novos paradigmas sobre tempo, espaço e sujeitos.

      Para além da morte e o pesar de sua presença singular, por mais que nos seja indireta, observo uma ausência de consciência reflexiva filosófica existencialista presentes nas obras de Paulo Freire e Milton Santos, infelizmente ponderamos sentidos e significados destituídos de simbolismo moral correspondentes à razão pela qual viemos ao Mundo e sem adentrar em esferas inquestionáveis e comprar exaustivos debates nulos de assertividades homéricas – religião e ciência – no que se refere de onde viemos e para onde vamos, acredito que seja mais significativo compreender para que viemos e como aqui convivemos?

      Wellington Bernardino Parreiras
      12/05/2012 12:04

      Verdades da Profissão de Professor


      Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.

      A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.

      Paulo Freire
      Ontem às 12:05 · 
    • Kelly Cristina Silva Como conversamos... Entre nossos desafios perdemos alguns, ganhamos outros, mas não podemos parar pq se isso acontecer perderemos todos. Abraços meu bem!
      Ontem às 12:09 ·  ·  4
    • Daniela Cristina Um abraço, Dani... sinto muitíssimo e compartilho da sua dor, pois sei bem como ela é, mas se no meio de tantos uma ovelha se perdeu, sei que fez tudo para recupera-la e agora que não está em suas mãos deve cuidar daquelas que restaram... Bjus a você e a família...
      Ontem às 13:01 ·  ·  2
    • Franceline Rodrigues Não há como medir o quão significativo é nosso reflexo na vida das pessoas! Por isso, não se martirize, pensando que você não fez nada, ou não fez o suficiente. Se você fez algo, isso sim é importante. E, se essa criança foi feliz ou se sentiu acolhida por suas palavras ao menos um dia que seja... Esse dia existiu, e fez parte da sua vida e da vida dela.
      há 3 horas · 

 
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"A educação não tem como objeto real armar o cidadão para uma guerra, a da competição com os demais. Sua finalidade, cada vez menos buscada e menos atingida, é a de formar gente capaz de se situar corretamente no mundo e de influir para que se aperfeiçoe a sociedade humana como um todo. 

A educação feita mercadoria reproduz e amplia as desigualdades, sem extirpar as mazelas da ignorância. 

Educação apenas para a produção setorial, educação apenas profissional, educação apenas consumista, cria, afinal,gente deseducada para a vida."  

SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. 5ª.Ed. São Paulo: Nobel, 1998. p 126.

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