27 de fev. de 2011

Violência em sala de aula traumatiza crianças - Visão da psiquiatra Sofia Bauer

Olá gestores e educadores,

O texto desta semana do Jornal Virtual apresenta a visão da psiquiatra Sofia Bauer sobre o bullying e suas consequências no comportamento dos alunos que sofrem esse tipo de violência. Sofia é autora do livro Para entender o transtorno do pânico, pela WAK Editora.

Boa leitura!


Violência em sala de aula traumatiza crianças

Nossas crianças estão sendo expostas a circunstâncias terríveis durante o período escolar, principalmente nas escolas públicas de regiões onde a criminalidade está cada vez maior.

Esses alunos são sobressaltados pelas ondas de tiroteio, pelas drogas e por não terem a proteção devida. Seus pais saem cedo para o trabalho, os professores mal dão conta dos afazeres da escola. Quem vai, então, protegê-las? E qual será o maior mal provocado nesses futuros adultos? Será que isso traumatiza a ponto de mudar o comportamento de uma criança?

A criança que vive sobressaltada acaba mudando de comportamento. Algumas, ainda por cima, vão sofrer bullying pelos coleguinhas. Vemos que vários comportamentos surgem nos últimos tempos. Mudança na sociedade? Sim! Mas o que fazer para proteger nossas crianças? Temos que tomar consciência de que temos violência nas ruas (como os tiroteios), as drogas são “empurradas” aos jovens e, dentro das escolas, existe o assédio agressivo de coleguinhas que praticam bullying (ridicularizar, fazer chacota dos outros colegas mais fracos). Os pais estão cada vez mais sem tempo para cuidar de seus filhos, as escolas cada vez mais expostas à frequente violência, que é praticada por jovens que se tornam bandidos dentro e fora das escolas. O que podemos esperar senão que os nossos pequenos se “escondam” da vida? Sim, é isso que acontece: as crianças ainda não estão preparadas para se defenderem dos perigos e, portanto, submetem-se a viver de forma disfarçada, sem ao menos saberem que estão fazendo exatamente isso!

Elas vão mudando o comportamento, tornando-se tímidas, com medo de ir às aulas, ou por que têm um coleguinha que as maltrata ou por que, no seu caminho até a escola, passam por tiroteios ou malandros que querem usá-las de alguma maneira. Começa uma série de mudanças comportamentais, como dores de barriga, gripes recorrentes, timidez, dificuldade de aprendizado, etc. Elas passam a não mais quererem frequentar a escola, preferem ficar escondidas em casa. O pânico pode se instalar e elas podem vir a sofrer de um mal necessário para se proteger. Esse é o perigo; estamos deixando que os pequenos se virem sozinhos!

Fica aqui um alerta geral às escolas e aos pais: cuidem bem de suas crianças, fiquem atentos às pequenas mudanças de comportamento, dores de cabeça, infecções recorrentes, timidez exagerada, ataques de ansiedade. Esses sinais sinalizam que algo não vai bem e podem ser percebidos por pais e educadores. Outra recomendação é o professor perguntar aos alunos o que se passa, do que eles estão com receio. Procurem mudar a forma de protegê-los, pois, se eles estão com estes sintomas, estão totalmente desprotegidos. Cabe aos educadores informar aos pais as mudanças percebidas. Cabe aos pais proteger seus filhos como uma onça protege a cria dos perigos da selva; eles ainda não estão formados e precisam de ajuda.

Essa criança que muda de comportamento ou tem ataques de pânico, fobias, dores, timidez, nervosismo, sudorese e preocupação constante precisa ser protegida, terapia e, às vezes, até mesmo de um psiquiatra.

Texto da psiquiatra Sofia Bauer enviado ao Jornal Virtual. A autora é formada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e hipnoterapeuta formada em Phoenix, AZ, pela Milton H. Erickson Foundation.
E-mail: sofiabauer@terra.com.br

Compartilhe conhecimento
Você tem algum artigo criativo sobre educação e gostaria de compartilhá-lo com os leitores do Jornal Virtual? Então, envie seu texto para mim mariana@humanaeditorial.com.br. Os artigos precisam ter, no máximo, 3.600 caracteres (contando com espaços), passam por uma avaliação editorial e, quando aprovados, são divulgados. Artigos acima de 3.600 caracteres não serão considerados.

Enquanto isso, no Blog Educação em pauta ...
Como será o futuro da escola? Como gerar e implementar soluções acessíveis e de alta qualidade ao ensino? Essas e outras perguntas sobre o futuro educacional no Brasil e as tendências mundiais serão respondidas entre os dias 10 e 12 de maio, na Interdidática 2011 – Feira Internacional de Tecnologia Educacional e Formação. Entre as atrações do evento, destaca-se o Fórum Internacional de Tecnologia Educacional, que abordará dois temas centrais: Nova Aprendizagem e Inovação na Educação com as TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação.
Confira esta notícia completa e outros assuntos no blog das revistas Profissão Mestre e Gestão Educacional. Clique aqui para acessar.

Boa leitura!
Mariana Branco

Nenhum comentário:

Postar um comentário